Melhorar nossas técnicas para ler as pessoas nos ajudará a interpretar melhor os outros e, consequentemente, melhorar nossos relacionamentos sociais.
Nascer para se comunicar
Os seres humanos são uma espécie social. Literalmente, precisamos dos outros para sobreviver, então, por mais que tenhamos ataques pontuais de misantropia e queiramos nos instalar em uma caverna perdida nas montanhas para não ver ninguém, a realidade é que não poderíamos viver sem outras pessoas ao nosso redor. E como não nos resta outra opção senão suportar os outros, aprendemos a nos comunicar com eles. De fato, ter boas habilidades de comunicação nos garante um certo nível de sucesso social; falar apropriadamente ou escrever corretamente são habilidades essenciais para a convivência. Comunicamo-nos de muitas maneiras: através da linguagem falada e escrita, em outros idiomas, em Braille ou em linguagem de sinais, através de nossa posição corporal e de nossas expressões faciais. Também nos comunicamos com onomatopeias e sons e temos uma linguagem profissional, uma linguagem para demonstrar o que sabemos e outra para falar com nossos entes queridos e amigos. Temos uma linguagem para dizer e outra para calar. Conhecer as emoções dos outros é algo que, geralmente, sabemos de forma inata porque são emoções que também sentimos e, a menos que tenhamos alguma patologia, nosso cérebro possui neurônios-espelho suficientes para poder empatizar com os outros. Mas, como toda habilidade inata, a de ler as pessoas pode ser treinada e aperfeiçoada. Benefícios de ler as pessoas
Treinar a habilidade de ler as pessoas pode nos mudar a nós mesmos e nossos relacionamentos sociais em muitos aspectos. Isso depende de nós e de como orientamos essa aprendizagem. Para começar, quase tudo o que fazemos na vida (jogar, estudar, trabalhar, nos divertir, etc.) o fazemos rodeados de outras pessoas. Saber interpretar corretamente suas emoções nos dará a possibilidade de praticar todas essas facetas de nossa vida em harmonia com aqueles que nos rodeiam. Em linhas gerais, ler as pessoas nos ajuda a conhecê-las melhor e a saber como nos comportar e o que esperar de cada uma delas. Na escola, nos permitirá fazer amigos com facilidade ou agradar aos professores. No caminho para o diploma universitário, é importante nos cercarmos de bons colegas com os quais não apenas faremos amizade, mas que também se tornarão, ao longo do tempo, uma forte rede de contatos profissionais e pessoais. No trabalho, poderemos nos dar bem com nossos colegas e, ao mesmo tempo (isso é a parte mais complicada), sermos bem vistos por nossos chefes. Ler bem as pessoas nos permitirá melhorar nossa posição social, prevenir conflitos ou resolvê-los facilmente. Se formos capazes de ler as pessoas ao nosso redor, teremos relacionamentos familiares e românticos mais fortes e saudáveis e amizades mais profundas e duradouras. Evidentemente, não basta apenas ler as pessoas; para aproveitar ao máximo essa habilidade, também é necessário agir consequentemente usando nossa empatia. Se lemos as emoções nos outros, mas usamos essa informação apenas para fins egoístas, as pessoas se cansarão de nós. Como melhoramos nossa capacidade de ler as pessoas?
Vejamos agora 5 coisas que devemos aprender, reaprender e melhorar para potencializar essa habilidade útil. 1. Sem preconceitos e lugares-comuns
Para nos tornarmos bons leitores de pessoas, devemos ver cada indivíduo como ele é: um ser único com suas próprias vivências e emoções. Os estereótipos e basear o que pensamos dos outros em nossas próprias experiências não serve. 2. Observar
Se queremos aprender a ler as pessoas, logicamente, teremos que melhorar nossa capacidade de observação. Devemos nos esforçar para realmente conhecer aqueles que nos rodeiam, observar suas expressões, sua forma de lidar com os problemas, suas reações diante de diferentes situações, etc. Conhecer um pouco de comunicação não verbal nos ajuda muito a interpretar corretamente os outros. Por exemplo, devemos prestar atenção em suas expressões faciais, em seus hábitos (se a pessoa roe as unhas ou os lábios quando está nervosa, se é inquieta e anda de um lado para o outro quando algo a perturba ou se sua natureza é tranquila mesmo em momentos de estresse, se ela mexe muito no cabelo, etc.), em sua postura corporal em diferentes circunstâncias, em como ela move as mãos ao falar, etc. Nosso corpo fala e um bom observador deve estudar essa linguagem para saber entendê-la não apenas de forma inconsciente, mas com intenção. 3. Ouvir
Às vezes, tendemos a ouvir as pessoas por cima, como se fossem ruído de fundo. Se queremos ler as pessoas, devemos ouvi-las ativamente. Ver o que elas dizem e como dizem. Deixar de lado nosso ego e as ideias preconcebidas que temos sobre o assunto em questão ou as ideias sobre o que gostaríamos de ouvir dos outros e receber a informação com a vocação de entender o outro, não de julgá-lo ou encontrar uma reafirmação de nossas próprias ideias. 4. Perguntas diretas
Fazer perguntas é uma técnica ótima para demonstrar interesse pelos outros e iniciar conversas, mas também para aprender o que os outros pensam, sentem e como as coisas os afetam. Aprender a ler as pessoas requer o esforço de conhecer algumas delas. 5. Comparar
Aplicando as quatro técnicas anteriores, teremos conhecido muito bem várias pessoas, mas para poder extrapolar o que aprendemos ao restante, devemos criar algum tipo de sistema baseado em comparar o que vamos aprendendo dos outros e ver em que eles se parecem, em que se diferenciam, quais são as reações mais típicas diante de determinadas vivências, que expressões faciais costumam usar em cada situação, quais são suas posturas corporais, etc. Nosso interesse em ler as pessoas nos dará a possibilidade de aprender muito e melhorar rapidamente, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossos relacionamentos e criamos novos contatos e amizades.