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Leituras recomendadas para o Dia Internacional da Mulher

Leituras recomendadas para o Dia Internacional da Mulher
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, recomendamos 10 livros de 10 autoras feministas e fazemos uma revisão da história do movimento.

8 de março

O dia 8 de março afeta o mundo todo, gostem ou não, e é melhor estarmos bem informados, para não sermos pegos de surpresa em um debate e não sabermos do que se trata. Vamos dar uma olhada em alguns pontos básicos que todas as pessoas interessadas no feminismo e nos direitos das mulheres deveriam conhecer, especialmente aquelas que estão cursando um curso universitário ou já possuem o eTítulo. É um dia em que se pede igualdade de direitos entre os sexos e se luta contra a discriminação e a violência de gênero. Neste dia, busca-se visibilizar as desigualdades que ainda persistem na sociedade entre homens e mulheres e reivindicar a luta pelos direitos das mulheres. O movimento social, político e filosófico que luta por essa igualdade entre homens e mulheres (igualdade de direitos, oportunidades, tratamento, liberdades, igualdade econômica, sexual, etc.) é o feminismo. Em termos gerais, o feminismo é definido como o conjunto de teorias e práticas que buscam a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres, bem como a eliminação da discriminação e da violência de gênero (que é aquela exercida contra a mulher pelo simples fato de ser mulher e por estar culturalmente subordinada ao homem).

Um panorama histórico da luta pelos direitos das mulheres

Ao longo da história, o feminismo teve várias correntes chamadas "ondas", cada uma com suas particularidades e objetivos. O movimento feminista surgiu no século XVIII durante o Iluminismo e, como parte desse movimento, as mulheres ilustradas reivindicaram a emancipação das mulheres, a igualdade perante a lei, o direito à educação e à propriedade. As autoras mais destacadas são Olympe de Gouges, que escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã em 1791, Mary Wollstonecraft, autora de Vindicação dos Direitos da Mulher (1792) e Juana Inés de la Cruz, uma mulher mexicana que escreveu poemas e ensaios que desafiavam os estereótipos de gênero e reivindicavam o direito das mulheres à educação e à cultura. Primeira onda feminista: (séculos XIX e XX). Centra-se na luta pelo direito de voto, educação e igualdade jurídica entre homens e mulheres. As feministas da época criticaram a dupla moral que permitia aos homens ter relações sexuais fora do casamento, enquanto as mulheres eram julgadas e condenadas pelo mesmo comportamento. Também lutaram contra a prostituição e o tráfico de mulheres, por serem formas de exploração sexual e opressão contra as mulheres. As autoras mais destacadas são Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton. Na Espanha e na América Latina, temos Concepción Arenal, Clara Campoamor, Carmen de Burgos, Alfonsina Storni, Paulina Luisi e Virginia Bolten. Segunda onda feminista: (1960 - 1970). Concentra-se na luta pela igualdade de gênero no âmbito político, social e econômico. As ativistas dessa época lutaram pelos direitos reprodutivos, igualdade salarial, eliminação da discriminação com base no sexo e eliminação da violência machista (incluindo, é claro, a violência sexual). Elas reivindicaram igualdade no mercado de trabalho; denunciaram a discriminação na contratação, a diferença salarial e a falta de oportunidades de ascensão. Também defenderam o direito ao controle da própria reprodução, pedindo a legalização do aborto e o acesso a métodos contraceptivos seguros e eficazes. Algumas das figuras mais destacadas são Simone de Beauvoir, Betty Friedan, Kate Millett e Angela Davis, entre outras. Entre as representantes de língua espanhola, temos Victoria Sau, Amelia Valcárcel, Celia Amorós, Lidia Falcón, María Luisa Femenías, Marta Vergara e Julieta Kirkwood. Terceira onda feminista: (1990 - 2000). Concentra-se na diversidade das experiências das mulheres e na luta contra o sexismo e outras formas de opressão. Ao contrário das ondas anteriores, que se concentravam principalmente na igualdade de direitos políticos e legais, a terceira onda concentra-se na igualdade em todas as áreas da vida, incluindo política, cultura e economia. Essa onda tem usado a internet e as redes sociais para conectar mulheres ao redor do mundo, compartilhar suas experiências e tentar criar uma consciência global sobre os problemas enfrentados pelas mulheres por serem mulheres. Algumas figuras destacadas dessa onda incluem Rebecca Walker, Bell Hooks e Jennifer Baumgardner. Entre as autoras de língua espanhola, temos María Pazos, Ana de Miguel, Alicia Miyares, Laura Freixas, Rita Laura Segato, Marcela Lagarde e Sylvia Marcos. Quarta onda feminista: (2010 em diante). Tem como objetivo continuar a luta pela igualdade entre mulheres e homens e pela eliminação da violência de gênero em todas as áreas da sociedade. As mulheres jovens têm sido um motor importante dessa onda e criaram novas formas de luta focadas na visibilidade do movimento, como o uso de hashtags nas redes sociais, performances e arte como ferramentas de protesto, bem como a criação de novos coletivos e organizações. Um dos temas centrais da quarta onda é a interseccionalidade, que busca visibilizar as diferentes formas pelas quais as mulheres são discriminadas com base em sua etnia, orientação sexual ou classe social. Essa interseccionalidade reconhece que as mulheres não enfrentam a opressão da mesma maneira e que é necessário abordar em profundidade as diferentes formas de discriminação para alcançar a igualdade. Algumas feministas destacadas da quarta onda são Rebecca Solnit, Laura Bates, Caroline Criado, Naomi Klein, Amelia Tiganus e Chimamanda Ngozi Adichie. Entre as representantes espanholas e latino-americanas, destacamos Tasia Aránguez, Nuria Varela, Ester Pineda e Paula Fraga.

Leituras recomendadas

Qualquer pessoa feminista, que aspire a ser feminista ou que queira criticar esse movimento com conhecimento de causa, deveria dar uma olhada em alguns dos seguintes livros que propomos:
    
  • O segundo sexo, de Simone de Beauvoir: Este clássico do feminismo, publicado em 1949, aborda a construção social da feminilidade e a desigualdade entre homens e mulheres.
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  • A mística da feminilidade, de Betty Friedan: Publicado em 1963, concentra-se na opressão sofrida pelas mulheres pelo trabalho doméstico e pelos cuidados.
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  • A cidade das damas, de Christine de Pizan: Escrito em 1405, este livro é uma defesa da capacidade intelectual e moral das mulheres, que na época eram consideradas inferiores aos homens.
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  • Rumo a uma crítica da razão patriarcal, de María Milagros Rivera Garretas: Analisa a relação entre patriarcado e conhecimento e propõe a necessidade de uma crítica feminista da razão.
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  • Política sexual, de Kate Millett: Publicado em 1970, este livro é uma crítica das estruturas patriarcais da sociedade e uma defesa da liberdade sexual das mulheres.
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  • A mulher invisível (2020), de Caroline Criado, analisa como o patriarcado e o sexismo invisibilizam as mulheres e suas conquistas. Propõe uma reflexão sobre o papel das mulheres na sociedade e a importância de reconhecer seu trabalho e sua contribuição.
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  • Ética para Celia, de Ana de Miguel, é um livro que convida à reflexão sobre a moral e os valores que orientam nossa vida em sociedade, reflete criticamente sobre a dupla verdade que a filosofia nos mostrou e propõe uma ética mais justa, inclusiva e solidária.
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  • Agora feminismo (2017): Neste livro, Amelia Valcárcel analisa o feminismo atual e sua evolução histórica. Reflete sobre as lutas atuais do feminismo e sua relação com outros movimentos sociais, como o ecologismo ou o antirracismo. Propõe uma reflexão sobre o futuro do feminismo e os desafios que ele enfrenta atualmente.
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  • Mulheres e poder, de Mary Beard (2018), é um ensaio que analisa a relação entre as mulheres e o poder na história e na sociedade atual, e como ocorreram mudanças e resistências ao longo do tempo.
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  • A revolta das putas, de Amelia Tiganus (2021), relata a experiência da autora como vítima de tráfico de pessoas e sua luta como ativista feminista para denunciar a exploração sexual e a violência contra as mulheres.
Esperamos que gostem e que se lembrem de não parabenizar nenhuma mulher neste dia (a menos que seja seu aniversário) e de que essa reivindicação não é uma festa, mas sim uma luta pelos direitos humanos básicos de 51% da população mundial.